Por Yasser Jamil Fayad
Desejo viver e lutar
por muito tempo…
contudo
quando eu morrer
quero ser enterrado
nas areias de Ghaza
junto aos meus camaradas
de armas.
Ali onde
o sangue dos mártires foi
derramado…
onde o solo se fez sagrado.
Quero que meu corpo
se desfaça em
mil e um
pedaços
e que destes
eu possa ressurgir:
Como flores
para as crianças do meu país,
pão
para os que têm fome,
água
para os que têm sede,
morada
para os desabrigados,
roupas
para os que têm frio,
Mais que o alento…
quero ressurgir
como armas
nas mãos dos guerreiros,
pedras justiceiras arremessadas nas Intifadas,
punhos cerrados em protestos
por toda a Palestina.
Quero, acima de tudo, ressurgir
como parte dos caminhos
que trazem meus irmãos e irmãs refugiados
de volta a nossa casa ancestral.
Anseio
profundamente
que meus restos consigam
dar força aos que têm medo,
esperança aos que resistem e
lutam para expulsar o invasor estrangeiro de nossa Pátria.
Em suma,
quero muito ressurgir assim…
como invencível força libertadora para todo o meu povo.
