Marcha do Regimento Imortal em Gênova (Por Mário Maestri)

Marcha do Regimento Imortal em Gênova. Em 1965, no dia 9 de maio, quando se festeja tradicionalmente a vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazista, estudantes de escola secundária soviética promoveram marcha carregando rosas vermelhas e fotos de seus parentes vivos e mortos que lutaram na II Guerra Mundial.

O fizeram em defesa da memória do esforço monumental dos trabalhadores e trabalhadoras soviéticos que livraram a Europa da lepra fascista. Com aqueles estudantes, nascia a marcha silenciosa anual do Regimento Imortal. Essa tradição se espalhou pela União Soviética e pelos países onde residiam russos, sendo abraçada pelas forças antifascistas locais.

Em 9 de maio de 2018, na Rússia, a marcha do Regimento Imortal contou com 14 milhões de aderentes e foi realizada em oitenta países através do mundo. Em fevereiro de 2020, com o início do confronto militar entre a Otan e a Federação Russa, a marcha foi proibida nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Alemanha e e diversos outros países europeus.

Em Gênova, no dia 9, a secção genovesa do Regimento Imortal marchou, com dezenas de bandeiras vermelhas, do portal do Cemiterio Monumentale Staglieno, até o monumento fúnebre celebrativo à contribuição pontual de soldados soviéticos, ex-prisioneiros libertados, à resistência antifascista e antinazista na província de Gênova. O monumento se encontra diante das centenas de sepulturas de combatentes antifascistas, sobretudo mortos quando da insurreição popular que obteve a rendição e o retiro das tropas alemãs, de Gênova, em 25 de abril de 1945.

Participamos da marcha em homenagem aos caídos na luta pela libertação da Europa do nazifascismo e do piloto Luiz Lopes Dornelles, meu tio, e tio-avô de Gregório, abatido pela antiaérea alemão, em Alexandria, no norte da Itália, aos 25 anos de idade, em 26 de abril, um dia após à rendição dos nazistas em Gênova, quando metralhava trem militar alemão em retirada para a Alemanha. Nos acompanhou Florence Carboni, sobrinha de Pietro Carboni, comunista até a morte, o inesquecível zio Pierino, que participou no combate contra a ocupação nazista e pela vitória socialista na Iugoslávia.


9 de maio de 2025. [Fotos de Gregório Carboni Maestri.]

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