Rússia versus Ucrânia: o raio-x  do conflito.

Por Alexandre da Silva

Introdução: objetivos, fontes e método

Em 24 de fevereiro passado completamos um ano do início do conflito beligerante entre Rússia e Ucrânia. Uma guerra da qual muito tem se falado, cercada por véus ideológicos, manipulação e maniqueísmo. A aparente guerra por liberdade e independência de um povo, em realidade, escamoteia interesses muito mais vis e materiais. Por isso, no intuito de compreendê-la, insertamos as seguintes perguntas em relação a guerra: quais seriam realmente suas determinações? Quais os reais motivos para que o desfecho bélico ocorra? Analisando-se de uma perspectiva humana, nada poderia ser pior do que o consumo de tantas vidas, recursos materiais e naturais, e do sofrimento ocasionados pela guerra! Mas, demonstraremos que em um mundo dominado pela lógica do capital, ou vulgarmente falando, por interesses econômico-políticos, a saída bélica é, não só coincidentemente a melhor possível, como é ela mesma um objetivo tático desejável. Faz parte de uma estratégia econômica construída por certas frações burguesas internacionais para que se estabeleçam as bases mínimas de realização de seus super lucros!

Nosso objetivo com este escrito é o de retirar o “cipoal” de mediações entre o entendimento e a realidade de determinações do conflito. Fazendo uma análise mais profunda, iremos separar as causas, das justificativas. Mostraremos a importância de se revestir o conflito com causas nobres ao espírito humano, maquiando os frios interesses econômicos de reprodução ampliada do capital. Queremos elevar o pensamento à reprodução ideal da realidade. Fazer com que a mente siga os passos da realidade concreta, entendendo, assim, o caminho que a mesma seguiu até o presente desenrolar dos fatos.

Sem rodeios, nossa tese aqui é a de que a guerra foi um objetivo tático, sem a qual o gás natural não convencional estadunidense não seria viável à Europa e principalmente ao mercado Alemão. A mesma foi intensional e, se não ocorresse, os EUA não ocuparia hoje a posição de maior exportador de gás natural do mundo. Essencialmente, de fato, temos uma disputa imperialista por mercados e preços. Para todos os efeitos, todas essas mediações ideológicas visam pavimentar o caminho para os lucros de frações burguesas internacionais em disputa. Mas não os lucros de um capital monopolista Estatal nacional, como em um passado recente, das quais o resultado foi a primeira e segunda grandes guerras mundiais. Nelas, as grandes potências envolveram-se em lutas imperialistas clássicas, que tinham nos Estados Nacionais a identidade e unidade dessas disputas. 

Nas atuais disputas interburguesas, o palco das lutas de classe é internacional. As frações burguesas tem sua unidade de ação determinada por setores de atuação econômica. Nossas investigações revelam que há uma articulação internacional principalmente entre setores energéticos, bélicos e financeiros de algumas das mais poderosas nações do mundo. Todas articuladas com frações burguesas estadunidenses ao centro. Fato que revela um acentuado aumento de poder e polarização em torno dos EUA.

É perceptível a política agressiva dos Estados Unidos com relação aos setores energéticos, bélicos e financeiros onde, na política interna, eles têm grande força de influência, “loby”. Esses três setores tem mobilizado conjuntamente as ações político-militares estadunidenses nos últimos anos.

      Procurando sempre a eficiência da reprodução ampliada de seus lucros, internacionalmente essas frações burguesas fazem rearranjos entre si, manipulam a economia através de várias maneiras: as sabotagens, a propaganda, a guerra, etc., gerando descontentamentos e rupturas. Neste caso em estudo, graças a um desejável desfecho bélico como justificativa, contou-se com o fim das relações comerciais entre Rússia e União Europeia com relação ao fornecimento energético principalmente de gás natural. Criaram-se as condições para a descontinuidade do fornecimento da mesma, inflação de preços e formação de um mercado consumidor para o gás natural não convencional estadunidense, mais caro e ambientalmente mais degradante. Formam-se assim novas vassalagens econômicas, novas hierarquizações do capital internacional, reforçando as atuais polarizações em torno da economia norte-americana, com maiores lucratividades para suas respectivas frações burguesas envolvidas e um considerável decréscimo nas condições de vida do restante da sociedade europeia.

 Esses setores beneficiados, operando seus respectivos Estados nacionais, formam uma espécie de “Trust” internacional, movimentam uma poderosa máquina de propaganda internacional, visando eliminar ou diminuir possíveis oposições políticas internas de suas respectivas nações. Este trabalho de convencimento da dita “opinião pública” das nações envolvidas é extremamente importante pelas dificuldades impostas ao restante da sociedade, principalmente e especificamente falando, os trabalhadores europeus que têm suas condições de vida depreciadas pela consequente inflação atual.

Usaremos em nossa análise como fonte de investigação a imprensa digital. Que nos basta para um razoável entendimento da realidade. Serão várias reportagens distribuídas ao longo dos últimos 20 anos de nossa história recente. Nosso método é o estudo da realidade tendo por base os fatos econômicos. Dividiremos nosso artigo em três partes. Nas próximas duas partes, iremos desenvolver o assunto mostrando os fatos, explicitando e evidenciando que o desfecho lógico dessas contradições teve que ser a guerra, ou melhor, que a mesma foi taticamente planejada.

Parte I: as bases materiais

Como colocado anteriormente, o presente artigo tem o intuito de entender o atual conflito bélico entre Rússia e Ucrânia, mas para não fugir muito do escopo do presente trabalho e, ao mesmo tempo, poder  proporcionar base histórica ao entendimento, logo abaixo utilizo um excerto  do  resumo do trabalho de dissertação de mestrado  na área  de relações internacionais do pesquisador Igor Fuser. O excelente trabalho do mesmo é de acesso público e se encontra no seguinte endereço eletrônico: O petróleo e o envolvimento militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico (1945-2003) (clique para acessar).

“Na prática, os atos de “projeção de força” dos EUA no Oriente Médio apresentam uma seqüência histórica de envolvimento crescente, como se pode deduzir dos seus momentos mais significativos:

  •  1945: compromisso de defender a Arábia Saudita, em troca do acesso privilegiado às suas reservas de petróleo;
  •  1953: participação da CIA no golpe militar que derrubou o governo nacionalista de Mossadegh, no Irã;
  •  1958: desembarque de marines no Líbano, para garantir um governo pró-americano naquele país e, também, para intimidar o regime nacionalista recém-implantado no Iraque;
  •  1973-75: ameaças (feitas por altas autoridades, como Kissinger) de captura do petróleo dos países árabes em caso de um novo embargo nos suprimentos para o Ocidente;
  •  1980: o anúncio da Doutrina Carter e criação da Força de Intervenção Rápida, voltada para aquela região
  •  1982: intervenção na guerra civil libanesa, que culmina no ano seguinte com uma nova intervenção dos marines;
  •  1986-1987: os EUA, que já apoiavam o Iraque desde o início da sua guerra com o Irã, ingressam diretamente no conflito, travando combate com os iranianos nas águas e no litoral do Golfo Pérsico.

 Após o fim do comunismo soviético, as intervenções norte-americanas na região, em vez de diminuir, tornaram-se ainda mais freqüentes, aumentando também em intensidade. Em 1991, com apoio das Nações Unidas, os EUA travaram a sua primeira guerra total contra um país árabe – o Iraque de Saddam Hussein, que havia invadido o Kuwait. Enquanto isso, crescia a dependência petroleira norte-americana e ocidental.

 Em 2003, no governo de George W. Bush, os EUA culminaram a linha ascendente do seu envolvimento militar no Golfo Pérsico com a invasão e ocupação do Iraque, numa intervenção até agora não justificada de modo convincente. Em paralelo, as autoridades norte-americanas adotaram uma política nacional de energia cujo ponto central é persuadir os países produtores a extrair petróleo de acordo com a máxima capacidade possível, a fim de evitar a escassez do combustível e manter seus preços num nível conveniente.” ( Fuser, Igor)

 Assim, temos a situação em que à partir da 2o GGM, os EUA expressam factualmente a importância estratégica da questão energética em sua política de hegemonia econômica mundial através de sua crescente e sempre marcante presença militar na região do Golfo Pérsico. Aliás, região que detém ⅔ das reservas mundiais de petróleo. O mesmo também é verificável através de um farto acervo documental oficial de consulta pública, nos quais os mesmos  são textualmente confirmados. Inclusive, em um deles –  Defense Planning Guidance – que  data de 1992 e é vazado pelo jornalista estadunidense Patrick Tyler ao New York Times, Rússia e China são colocadas como ameaça à hegemonia Americana.     Revela a doutrina que anos depois foi adotada por Bush filho, a mesma utilizada por Bush pai, que coloca a garantia de produção  e oferta de petróleo mundial (máxima extração) como um pilar que sustenta o domínio econômico estadunidense. 

Com a mudança da condição de mero consumidor para a autossuficiência e, a seguir, para a de exportador de commodities energéticas, fica evidente que ocorreriam mudanças na política energética que deveriam se adaptar às novas condições materiais. Assim sendo, a execução prática da política de securitização do petróleo e a estratégia da “máxima extração” duram até o final da “ocupação” americana sobre o Afeganistão no início do governo Baiden, em agosto de 2021.

Aqui foi o fato intrigante. Aqui percebe-se a mudança de estratégia. Quais os fatores que fizeram com que, depois de 20 anos de ocupação do território iraquiano, ocorresse está quase repentina desocupação?!  E mais, logo após  “os garotos voltarem para casa”, com um forte estímulo do imperialismo Yankee, acontece o conflito bélico entre Ucrânia e o principal fornecedor de gás natural para a Europa, a Rússia!  Entendemos que a construção dessa nova realidade material energética, tornaram a ocupação do Afeganistão irrelevante, custosa e grande demais para ser abraçada simultaneamente à nova guerra entre Rússia e Ucrânia, que estava intencionalmente prestes a ocorrer. 

Desde 2012 vem se falando abertamente na grande mídia da revolução energética americana através do aprimoramento da extração de petróleo e gás natural não convencional das Rochas porosas de xisto betuminoso…do quanto ela poderia sanar os problemas mundiais de estagnação econômica perpétua. 

Também um pouco antes da guerra (2020), alarmados, economistas e especialistas falaram do fim da bolha dos fósseis estadunidense! Era o fim do “boom” do gás natural nos Estados Unidos! Sabendo-se da importância energética (Petróleo e gás natural) para a manutenção da hegemonia econômica mundial americana; sabendo-se que internamente os setores bélico e energético têm grande “loob” político junto ao congresso americano e , somando-se a isso, a forte disputa comercial com a poderosa  e emergente China, dona de vasto potencial produtivo; parece- nos  claro que a guerra  ocorreu como um desfecho orquestrado intencionalmente por Washington, foi o movimento tático que deu novo vigor ao setor e impulsionou os EUA nesta nova investida  de retomada hegemônica do domínio econômico mundial.

Parte II:  Desenvolvimento Histórico

Nos Estados Unidos, logo após a descoberta  e comprovação de grandes depósitos de xisto poroso betuminoso no  início dos anos 2000, é retomada a produção do gás natural não convencional de Xisto. Com o desenvolvimento e aumento da eficácia da técnica de fratura hidráulica (fracking); com uma produção crescendo 45% a.a. até 2010 e somado ao aumento dos preços internacionais neste último ano, a produção de petróleo e gás natural não convencional se viabiliza e consolida de forma comercial nos EUA. 

Mas, como dizem os analistas burgueses, este não foi um “case” de sucesso linear. Após a euforia com o “boom” de 2013, em 2015, a queda de preços dos fósseis no mercado internacional colocou em xeque a produção do “shale gas “.

Abaixo reportagens exemplares de suas épocas (2013 e 2015):

Outra coisa importante observável pela reportagem logo acima é o componente especulativo, projeções questionáveis afim de mobilizar capitais em um determinado sentido. Um componente presente nas crises capitalistas de acumulação. Parecido com o que ocorreu em 2008…

Os baixos preços das commodities de 2015 e início de 2016, que fizeram com que o preço do petróleo chegasse a níveis de 2003, afetaram a produção do “shale gas” americano, mas com isso houve um investimento em terminais logísticos , que já ocorriam desde a primeira metade dos anos 2000, na época ainda com a idéia de importar GNL, e navios para a exportação de gás natural líquido. Fato é que as exportações estadunidenses aumentaram 15 vezes  entre 2016 e 2020.

A formação de uma estrutura logística, o aumento da produção de gás natural não convencional com redução dos custos, qualificaram os Estados Unidos à condição de disputar mercados com o principal exportador de gás natural do mundo, a Rússia. 

Aos Estados Unidos faltava conquistar um importante mercado Europeu para ter um fluxo constante de exportações e, ao mesmo tempo, vencer a insegurança do mercado que o assombra desde 2008, e rebaixar um importante concorrente histórico que atrapalha os planos de hegemonia internacional americana:  o mercado é o Alemão, o concorrente é a Rússia. O primeiro um grande rival industrial, o mais importante país europeu; o segundo, um grande concorrente na área de commodities, aliado da China.

O grande problema em relação ao mercado Europeu e, principalmente, ao mercado Alemão, são os baixos preços do gás Russo. Uma vez que o gás natural russo, transportado por gasodutos, não precisava ser liquefeito e, depois, revertido em gás novamente. Além disso, a distância entre os países é bem menor.

E por último, a construção do Nord Stream 2 era o grande empecilho aos planos de repolarização americana mundial (Nord Stream 1 já está em operação desde 2011). O que supriria  e baratearia ainda mais os preços ao mercado Alemão, pois o gasoduto que corta o território Ucraniano seria “dispensável” à Rússia e não se precisaria  mais ser pagos direitos à Ucrânia por utilizar seu território. Soma-se a isso as menores distâncias entre o fornecedor e consumidor. Nord Stream 2 ligaria diretamente Rússia à Alemanha, saindo da Baía de Nava, caminhando paralelamente a Nord Stream 1, chegando em Lubmim, através do mar Báltico, cruzando águas internacionais. O Nord Stream 2 teria o potencial de inserir mais 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente. Dobrando a quantidade de gás já enviada pela Nord Stream 1.

Percebendo há muito a ameaça aos seus planos de hegemonia energética, as críticas de Washington ao Nord Stream 2 começaram cedo:

Fica evidente pela imagem do noticiário acima e logo abaixo, que até maio de 2018, havia um consenso na Europa de que o uso do gás Russo traria benefícios aos países do bloco… 

Primeiro, Donald Trump, pressionado por seu próprio congresso, tentou sanções diplomáticas e econômicas à Rússia e pressionou diplomaticamente a Alemanha:

Podemos dizer que esta  nova guerra fria se prolongou até o final do governo Trump, em 2020. Ano no qual houve uma nova crise de acumulação no mercado energético americano:

No dia 20 de janeiro de 2021, Joe Biden assume a presidência dos Estados Unidos. Era preciso  reaquecer a economia americana tomando medidas enérgicas se assim fosse necessário. Em 11 de setembro do mesmo ano, 20 anos após o suposto ataque terrorista que derrubou as torres gêmeas, foi a data decretada por Biden  para a retirada das tropas americanas do Afeganistão. Encerrando na prática a estratégia da “máxima extração”. A mesma ainda foi antecipada em alguns dias, sendo realizado no final de agosto do mesmo ano. Assim foi Sinalizada a inflexão  na política externa americana para o controle de preços dos fósseis. Agora pelo que parece, o Estados Unidos pode controlar os preços por baixo sem o domínio militar do Golfo Pérsico. Tendo agora mais autonomia no controle da cadeira produtiva energética.

Um fato interessante é que, coincidentemente, ao início das exportações americanas de gás natural não convencional em 2016, Joe Biden, então vice-presidente de Barack Obama, aconselhou o mesmo a  retirar as tropas americanas do Afeganistão.  Este fato é um indicador da estratégia de Washington para a retomada da hegemonia econômica mundial.

Fatos que também colocam em dúvida os processos políticos internos na Ucrânia. Que nos últimos passou por revoluções coloridas e trabalho de propaganda anti-russa. O próprio comediante Zelensky  tem indícios de ter sido forjado como personalidade política para cumprir um papel estabelecido anteriormente… mas para este fato, faltam materiais de pesquisa…

Em março de 2021, logo depois de Biden assumir a presidência, começam as tensões entre Rússia e Ucrânia estimuladas pelas provocantes, por um lado, e sedutoras, por outro , investidas da OTAN e dos Estados Unidos aos dois países.

Todo um circo midiático é montado e Volodymyr Zelensky se torna o grande paladino da luta do bem contra o mal. Era necessário a criação de factóides e de um ambiente de hostilidade à Rússia para politicamente convencer a Europa a desistir do vantajoso uso do gás natural russo…

No dia 24 de fevereiro de 2022, tropas russas invadem a Ucrânia e é considerado o início da Guerra.  Uma guerra taticamente planejada , fomentada, que elevou os preços do gás natural no velho continente, restringindo as relações comerciais entre Rússia e União Européia e promovendo o gás natural estadunidense como o grande substituto ao gás natural russo. 

 Como Marx colocou, “a realidade é a síntese de inúmeras determinações.” Houve, no caso da Guerra, a convergência de inúmeros interesses satisfeitos. O do setor energético, militar e financeiro americano. Frações burguesas européias que se beneficiaram da depreciação das relações comerciais com a Rússia apesar da alta de preços e sofrimento dos trabalhadores. Setores burocráticos e corruptos do governo de Zelensky, inclusive ele próprio. Houve uma espécie de vassalagem internacional de várias frações burguesas orientadas no sentido de aumentar seus lucros assim polarizando-se aos interesses de Washington. Por parte das empresas européias envolvidas no consórcio Russo-Europeu, houve promessa de seus respectivos governos de altas indenizações. Mais uma vez, elementos da crise de 2008 presente: socorro dos Estados Nacionais ao grande capital.

O retorno das tropas do Afeganistão, liberou os EUA de lutar em duas frentes. Diminuindo os custos operacionais com soldados americanos, uma vez que a guerra envolveu diretamente nações estrangeiras, e com ganhos ao  comercializar  armas com a Ucrânia. Como já visto, expressou uma mudança na estratégia externa uma vez  que os EUA passou a ser exportador dessas commodities energéticas. Além disso, as terras ucranianas, ricas em minérios, estão sendo arrematadas por empresas e milionários americanos que poderão obter milhões em lucro ao explorá-las. Há assim o controle prático dos Estados Unidos dessas riquezas nas fronteiras com seus adversários russos.

Não podemos deixar de mencionar a questão da dívida pública americana. Aqueles burgueses que investem seus ativos na compra de títulos americanos, no fundo, financiam e são sócios dessa imensa máquina de acumulação primitiva de capital…

Por fim, a cereja do bolo: A destruição de fato do gasoduto Nord Stream 2! Fato que conjuntamente à falência do consórcio Nord Stream, inviabilizam a maior oferta de gás natural russo nos próximos anos. 

Conclusões:

Através de reportagens correntes procuramos entender o movimento real das várias determinações materiais que tiveram, como dito antes, um desfecho tático que foi o confronto bélico direto entre Rússia e Ucrânia. 

Através deste desfecho foi possível endossar perante a opinião pública, o roubo, a pilhagem, a rapinagem consequência da acumulação primitiva do capital que perdura até hoje e se faz presente e, simultaneamente as sociedades ocidentais, em condições onde a acumulação normatizada não pode se realizar. Ou seja, quando o roubo legal do mais-trabalho não pode se realizar, onde as condições sociais, materiais não permitem, entra em cena a criação  de factóides e justificativas para o roubo direto, a pilhagem.

O modo de operação, de  criação das falsas justificativas, de coordenação entre ações políticas, econômicas e judiciais (facetas da mesma peça de dominação) de propaganda e ação direta militar são exemplos práticos de como se exerce o poder em suas mais variadas expressões. Exemplo prático, disponível para podermos exercitar o entendimento , a captura do real pela mente. É claro que este fato se dá em linhas gerais, e a realidade sintetiza inúmeros fatores que têm pesos diferentes. Mas através de aproximações sucessivas, com a negação da realidade quando erramos, vamos depurando, elevando a captura da realidade até que a mesma não negue mais o seu entendimento.

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