O Significado da comuna de Paris em nossa contemporaneidade mesmo após 152 anos

Por Alexandre da Silva

Os proletários da capital, em meio às fraquezas e às traições das classes governantes, compreenderam que era seu dever imperioso e direito absoluto tomar nas mãos os seus destinos e assegurar-lhes o triunfo, conquistando o poder”. 

Da Proclamação do Comitê Central da Guarda Nacional – 18 de março de 1871 

Segundo dados oficiais publicados pela OMS, em 2022 no mundo, o número de suicídios supera os  700 mil casos. Normalmente, os casos de suicídio estão associados e condicionados às condições materiais de existência proporcionadas por cada país, região, localidade. No caso em questão, quanto pior as condições de vida, pior são os números. Isto posto, conclui-se sinteticamente e logicamente que os suicídios estão relacionados à luta de classes. Sendo que as grandes vítimas estão entre as fileiras do proletariado.

  Dentro do espectro do domínio material burguês, encontra-se o domínio psicológico. A guerra psicológica, dentro do ideário militar, visa abater a moral do oponente fazendo com que o mesmo desista de lutar pela falta de condições ou perspectiva de êxito. Como consequência desta última, temos a crença embutida em parcela majoritária da população de que é impossível viver em qualquer outra forma de sociabilidade, que não seja a atual sociedade burguesa. Qualquer outra forma de sociabilidade seria transgredir princípios abstratos de liberdade e igualdade, caindo-se no totalitarismo. Isto explica em grande medida  vivermos um longo período contrarrevolucionário. Fato é que, essa crença na imutabilidade atual da sociedade e os limites materiais e, consequentemente, subjetivos de nossa emancipação humana, faz com que a negação dessas premissas levem parcelas consideráveis da população ao suicídio.

Aqui entra a importância histórica da Comuna de Paris. “O assalto aos céus” foi a primeira grande tentativa radical, pela ação direta, de domínio material do proletariado contra a ditadura burguesa do Capital.

Após 152 anos de sua realização, que se deu em 18 de março de 1871, A Comuna de Paris é o exemplo factual histórico de que a emancipação humana é possível. De que uma sociedade sem classes, na qual  a gestão de suas próprias vidas em bases comunais é perfeitamente exequível!

Historicamente, socialmente, devemos celebrar a existência da Comuna de Paris. Devemos perpetuar seus ideais sabendo que os mesmos são válidos em qualquer fase da sociedade de classes do capital, especificamente falando, capitalista. Quero encerrar este texto com a célebre frase dos comunardos de Paris:

Estamos aqui  pela humanidade!”  Viva a Comuna de Paris de 1871!

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