Da economia política “pacífica” à economia de guerra: acerca de quando o dólar pousa em bombas, armas e outros infernos.

Por Leonardo Lima Ribeiro

Neste breve escrito, cabe aqui alertar para indícios de que a burguesia pretende, via Pentágono e estamentos beligerantes, enxugar a moeda ianque, não apenas transferindo a crise para países diversos que a ele estão indexados pela injunção da mensuração e medida de valor de suas moedas locais. Não se trata apenas disso, o objetivo com esse enxugamento é o de operar a tática estruturante de uma renovada economia de guerra. Para o imperialismo, cabe ao dólar bater em retirada da esfera da circulação de mercadorias, logo após jogarem grana de helicóptero para salvarem diversos setores (mais ou menos populares) da sociedade decadente burguesa durante a pandemia.

Por agora, a tarefa precípua dos diversos setores do “deep state” é a de desviar os recursos públicos e privados, direcionando as divisas evadidas, as especulações e os sistemas de rolagem das dívidas para intensificação de pesquisas e práticas radicalmente militarizadas. A crise atual parece estar implicada em uma clara redistribuição dos recursos ao partirem (com ou sem proxys) para a guerra com a Rússia e com a China.

Inclusive, é urgente o reforço da pesquisa objetiva histórica, com maior nível de detalhamento de questão hodierna complementar, a respeito da sistemática quebra dos grandes bancos por meio da escassez de liquidez: efeito complementar da expansão das especulações financeiras em torno da força do porrete do capital.

Lá onde os mecanismos da economia política falham inteiramente em seu aparente equilíbrio e sistematicidade de resgate “civilizado” do mais-valor, mediante taxas de crescimento e espoliação em níveis relativamente altos, lançam mão das guerras mundiais. Talvez seja essa uma das diferenças fundamentais entre a crise de 2008 e a dos tempos atuais (para além de objetos de especulação envolvidas no passado, com excesso de liquidez e crise imobiliária, e para além de fenômenos particulares hodiernos, com falta de liquidez e renascimento dos bandos sob a intervenção do Fed.

O texto recente escrito por Augusto Souza, somado ao de José Martins, acaba por desvelar a essência desse processo, quando complementados analiticamente. Para além do que acima está expresso cabe denunciar simultaneamente o agravante de que agora existem investimentos turbinados em robôs assassinos na parada, como está bem expresso no recente artigo: Ucrânia se torna laboratório para uso de robôs assassinos. O enxugamento da moeda da sociedade em seu todo, a conduz para onde? Confira o áudio da matéria abaixo em resposta, conforme também já havia sido publicado em Hegel em xeque e Marxismo na berlinda da indústria 4.0?

Somados aos repasses para beligerantes soldados humanos, bombas, aeronaves e aos laboratórios geográficos de circulação de robôs de guerra, cabe também observar a presença cada vez mais comum de “nós mineradores”, que são produzidos e comprados com o objetivo de serem programados para analisar, especular e lucrarem com transações financeiras, estejam elas destinadas para a comprarem da paz armada ou para fomentar ocasiões de guerra quente. Os robôs especuladores somados à dinâmica da guerra, mediante blockchain (registros digitais que “acorrentam” transações financeiras) solidificam transações de “criptomoeda”, e podem bem assim ser descritos nas palavras da imprensa bancocrática:

“Desta forma, existem robôs que utilizam análise técnica, ou seja, as médias móveis, Índice de Força Relativa (IFR), entre outros. Entretanto, existem sistemas mais complexos que utilizam as mais diversas classes de dados. Independente da estratégia, o robô de trade segue um mecanismo determinado por seu algoritmo. O resultado final é o envio de ordens para compra e venda de ativos” (de paz ou de guerra?).

São estes os nós mineradores, novo fetiche da especulação burguesa, inerentemente associada à conjuntura das rupturas que permitem a passagem da economia política “pacífica” à economia de guerra:

A inflação do preço dos produtos pode ser parte disso. Não se trata apenas de encarecimento dos preços dos produtos em função das demandas de circulação no mercado mundial que está “perdendo o controle do sistema produtivo e suas distribuições de mercadorias globais” (muito comumente associado à pandemia ou à visão parcial da guerra da Rússia contra a Ucrânia).

A expansão do preço dos produtos mundiais pode estar relacionada ao deslocamento do dólar para horizontes autofágicos de saídas apocalípticas beligerantes, complementados pela militarização da robótica, do machine learning, da inteligência artificial e dos nós mineradores.

Não é por acaso que a Microsoft resolveu também entrar na brincadeira, mirando os tencionamentos em questão, demitindo toda a equipe de ética do setor de inteligência artificial. A economia de guerra quente está paulatinamente substituindo a economia política da “paz armada” vendida como propaganda norte-americanista em tempos de guerra fria e variantes.

Perdendo lastro, e não podendo competir com tencionamentos mundiais estritamente econômico e políticos que pretendem desbancar a moeda norte-americana como equivalente global das transações financeiras, os norte-americanos estão em busca de lastros adicionais para o dólar, por meio da aterrissagem e vinculação cada vez mais concreta em mercadorias envolvidas na dinâmica produtiva das armas que convergem com a indústria 4.0, tanto quanto com entropias diversificadas encarnadas em conflitos locais e internacionais.

Sob a força do desespero antirrússia e antichina é palpável a proporcionalidade inversa entre a ascensão dos discursos que levam em consideração a imprescindibilidade da força do porrete ocidental e a derrocada dos níveis básicos de vida dos trabalhadores e desalentados da maior parte das regiões ocidentais.

Nossa tarefa é apontar para os descaminhos do que está expresso, em complemento com a análise de outros camaradas.

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