
Reunimos aqui o conjunto dos artigos de nossa revista sobre a pandemia da covid-19, possibilitando aos nossos leitores uma visão de conjunto dos diversos aspectos que nossos autores trataram. Desde o primeiro artigo, que abriu a publicação de nossa revista/blog, consideramos a pandemia como um assassinato social, logo em seguida, um extermínio social e, finalmente, um genocídio das minorias étnicas (indígenas, negros e pardos). Mais do que uma mudança terminológica, a sucessão desses termos expressa o desenvolvimento de algo que está acontecendo na própria realidade.
Esse dossiê permanece aberto, incorporando os novos artigos que venhamos a publicar.
[25.12.2020] Victor Viegas defende que há duas políticas antagônicas e mutuamente excludentes no Brasil a propósito da pandemia: a que aposta na solidariedade de classe, na defesa sanitária comunitária, no evitamento do contágio, do adoecimento e da morte; e a que aposta no no adoecimento e na morte através da ideologia da ‘imunidade de rebanho”, que é uma técnica do genocídio. Mostra as razões econômicas e a ideologia supremacista que a sustentam. Por fim, que é preciso combater o governo Bolsonaro, sendo este combate, literalmente, uma questão de vida ou morte.
Covid-19: Recolher nossos mortos, juntar os destroços
[24.08.2020] Em mais um artigo sobre a pandemia da covid-19, Victor Hugo Viegas Silva discute sobre a necessidade da constituição de laços de solidariedade e de classe, para a promoção da memória coletiva das vítimas do novo coronavírus. Provocativamente, nos chama a ser o que Bolsonaro não é, nem quer ser: “ajudantes de coveiros”.
Imunidade de rebanho é o genocídio dos povos indígenas no Brasil
[23.07.2020] Neste artigo, Victor Hugo Viegas Silva mantém sua reflexão sobre a imunidade de rebanho, como ideologia e técnica de genocídio que pode levar ao extermínio de vários povos indígenas no Brasil (portanto, a um genocídio já em curso). O desenvolvimento dos fatos mostra a sistematicidade e os métodos da aplicação desse método.
Atos falhos, o jogo de culpas e as prova de fogo do genocídio
[17.07.2020] O artigo analisa o ato falho de Nise Yamaguchi de chamar as vítimas do antissemetismo nazista de “massa de rebanho”, numa evidente aproximação com a técnica genocida da “imunidade de rebanho” (por isso mesmo, denunciando-a involuntariamente); o empurra-empurra da responsabilidade pelas mortes entre Boris Johnson e as instituições de abrigo de idosos na Inglaterra, impostura e irresponsabilidade governamentais que se repetem em Bolsonaro; e, por fim, o conflito entre o STF e o governo, por trás do qual se movem setores das FFAA, depois que Gilmar Mendes as acusou de serem cúmplices de um genocídio. Esses três acontecimentos são indícios do genocídio em curso.
Brasil: o extermínio como experimento político
[08.07.2020] Não apenas a a ideologia da imunidade de rebanho assemelha países dirigidos pela extrema direita internacional, como Brasil, EUA e Reino Unido. Em todos esses países, é possível ver a transformação dessa ideologia numa técnica de extermínio. É um extermínio organizado pelo Estado, seja através da negligência, seja através de uma vontade deliberada direcionada aos “indesejados”.
Coletivo Invisíveis publica “Manual de auto-organização no trampo contra a Covid-19”
[04.07.2020] Invisíveis elaborou e tornou público um manual de cuidado coletivo dos trabalhadores contra a covid-19, iniciativa que se inscreve numa forma autônoma de luta proletária pela vida e contra os riscos à pandemia que o comando capitalista de trabalho nos expõe .
“Morra quem tem que morrer”, viva quem conseguir lutar
[03.07.2020] Em seu primeiro artigo publicado em A Comuna, o companheiro Victor Hugo Viegas Silva mostra como a pandemia da covid-19 atinge preferencialmente os trabalhadores mais pobres e as minorias étnicas, argumentando que a proposta de imunidade de rebanho é uma ideologia que ameaça à nossa vida. Conclui mostrando que os de baixo estão criando formas autônomas de resistência de classe, formas estas que produzem um saber comum, de classe.
Pandemia, mortes evitáveis, assassinato social
[01.07.2020] Este é o primeiro artigo coletivo de nosso blog-revista. Considerando suas causas ecológicas e as condições sociais de defesa e do cuidado da saúde dos trabalhadores, a covid-19 pode ser considerada uma “doença de trabalho”, uma doença causada pelas novas condições técnicas e econômicas do trabalho assalariado, que, através de muitas formas (desmatamento, monocultura agrícola e pecuária etc.), quebram as barreiras naturais que anteriormente nos distanciavam dos vírus que, nas últimas décadas, causaram epidemias e pandemias; e, portanto, que as mortes aí causadas podem ser consideradas assassinatos sociais, mortes causadas por doenças agravadas pelo sucateamento que, nas últimas décadas, a saúde pública tem sofrido em todos os países. Por isso, a pandemia pode ser considerada um fenômeno integrante da crise capitalista.